top of page

Em conferência que será realizada em Florianópolis, Japoneses irão propor retomada da caça  comercia

  • Fernanda B Muller, ISAS
  • 2 de set. de 2018
  • 2 min de leitura

Comissão Internacional da Baleia (CIB) será realizada no resort Costão do Santinho de 04 a 14 de setembro

Imagem: Caça às baleias nas Ilhas Faroe, Dinamarca. Crédito: Sea Shepherd

Durante a primeira quinzena de setembro, Florianópolis receberá a 67º reunião da Comissão Internacional da Baleia (CIB), organização criada em 1946 para "regular" a caça à baleia em nível global, tendo proibido, na teoria, a caça comercial destes animais a partir de 1986. Porém, Japão, Noruega e Islândia continuam matando baleias sob o pretexto de ser caça "científica" e objeção legal à moratória, uma brecha da CIB.

Esta matança (apenas na temporada de 2017, o Japão matou 300 baleias minke no Oceano Austral, sendo um terço grávidas), que todos os anos é altamente criticada internacionalmente e combatida principalmente pela ONG Sea Shepherd Conservation Society, é completamente sem sentido visto que não há sequer mercado para esta carne.

Neste ano, a CIB será cercada de ainda mais polêmica, pois o Japão trará a proposta de liberação de cotas “sustentáveis” para a caça comercial de algumas espécies de baleia - aquelas que comprovadamente tiveram seus estoques recuperados, como minke e jubarte. Para aprovar a proposta, é preciso o apoio de três quartos dos membros da comissão, regra que os japoneses também pretendem tentar mudar para que seja apenas maioria simples.

“Este encontro é decisivo para a interdição global da caça à baleia”, enfatizou Darren Kindleysides, chefe executivo da Australian Marine Conservation Society ao jornal The Guardian em uma notícia sobre a oposição do governo australiano à proposta japonesa.

ONGs como a brasileira Divers For Sharks defendem que, economicamente, as baleias valem muito mais vivas, pois o turismo de observação destes animais já gera renda considerável para muitas comunidades.

Em Santa Catarina, por exemplo, na Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca (Garopaba e Imbituba) o Turismo de Observação de Baleias por Terra acontece como uma forma de promover o turismo de base comunitária, envolvendo a pesca artesanal, agricultura familiar, condutores ambientais e quilombolas, em uma grande rede de mobilização pelo repeito às baleias.

“Mesmo assim, os governos desses países hiperdesenvolvidos seguem subsidiando a matança, e o Japão manda suas frotas da morte para o hemisfério Sul, para matar as baleias que outros países (como a Austrália, o Brasil e muitos outros) usam para o Turismo de Observação e pesquisa não-letal. Isso tem de acabar”, afirma a Divers for Sharks, que está organizando uma manifestação no aeroporto Hercilio Luz, em Florianopolis, em 09 de setembro. Neste dia, as delegações dos principais países baleeiros estarão chegando para a CIB.

O Instituto Socioambiental da Praia do Santinho (ISAS) apoia fortemente a campanha contra a caça de baleias, atividade que dizimou estes animais nos séculos passados. Assim, o ISAS é parceiro na mobilização para a manifestação no aeroporto, além de outras atividades que estão sendo organizadas no local do evento. No dia 09, por exemplo, haverá exibição do filme The Cove ao ar livre visando sensibilizar a população sobre a questão da caça de cetáceos. O documentário mostra a deprimente caça a golfinhos e baleias na baía de Taiji, no Japão, que anualmente é tingida de sangue para perpetuação do que os japoneses chamam de atividade tradicional.


 
 
 

Comments


Posts Em Destaque
Posts Recentes
Arquivo
Procurar por tags
Siga
  • Facebook Basic Square
  • Twitter Basic Square
  • Google+ Basic Square

© 2016 Instituto Socioambiental Praia do Santinho.

bottom of page